segunda-feira, 22 de julho de 2013

Relação entre crescimento das cidades e criminalidade a partir da Revolução Industrial Inglesa


André Pereira Rocha
Analista PIP CBC História
SRE Caxambu

Título: Relação entre crescimento das cidades e criminalidade a partir da Revolução Industrial Inglesa

Ano: 8º Ano

Tópico/Habilidade: 11. Revoluções liberais: industrial, americana e francesa  / 11.1. Compreender o contexto das revoluções e seus impactos para a constituição do mundo contemporâneo de cidadania., 11.2. Conceituar historicamente no contexto das revoluções: república, liberalismo e cidadania., 11.3. Conceituar e identificar o sistema capitalista emergente e a resistência dos trabalhadores à nova organização do trabalho., 11.4. Identificar e analisar o progresso técnico e científico europeu do século XVIII.


Objetivos:
- Analisar e inferir informações de diferentes textos acerca do mesmo tema.
- Questionar aspectos da implementação dos novos regimes de trabalho postos a partir do fim do século XVIII.


Aulas Previstas: 2 aulas

Recursos:
Para a realização da atividade, os alunos devem ter em mãos uma cópia dos textos listados abaixo. Dentre eles, o primeiro, Revolução Industrial, pode não ser utilizado pelo professor caso deseje utilizar outra fonte, como um excerto de um livro didático, por exemplo. Mas mesmo escolhendo outra fonte, a lógica entre os textos deve ser mantida.


TEXTO I

"A Revolução Industrial

No começo da década 1800, a Inglaterra passava por novas mudanças. Motores a vapor (alimentados com enorme quantidades de carvão) movimentavam máquinas novas e barulhentas, que economizavam a mão-de-obra. Com os lucros, os empresários compravam novas máquinas, para obter mais lucro. Esse processo, começado na Inglaterra, é chamado de revolução Industrial. A vida nunca mais seria a mesma.

Começou com os tecidos. O tecido era feito em vários estágios. A lã ou o algodão eram preparados, fiados, tingidos e finalmente tecidos. Havia trabalhadores especializados em cada um desses processos, que trabalhavam em casa. Desse modo, ganhavam mais do que se cada um se encarregasse de todas as fases. Porém, os patrões não podiam controlar a qualidade ou a quantidade desse trabalho feito em casa e por isso revolveram fazer com que todos trabalhassem sob o mesmo teto (uma fábrica), onde podiam ser supervisionados. Ali, os empregados, trabalhando com as máquinas muitos caras, produziam centenas de vezes mais do que os outros, em casa, usando apenas os músculos e instrumentos simples.

Ao contrário de muitos europeus, poucos ingleses pobres possuíam terras para plantar alimentos, que podiam ser trocados por outras coisas. Assim, milhões deles tinham de trabalhar para os outros, por dinheiro. Seus salários compravam os produtos das fábricas - sem eles, as fábricas não teriam utilidade. Essas mesmas pessoas deixaram o campo para morar e trabalhar nas cidades e nas fábricas.

As máquinas das fábricas novas levavam a mais invenções e mais fábricas. Os comerciantes e industriais ganhavam muito dinheiro. Seu sucesso encorajava outras pessoas a abrir novos negócios. O número crescente desses negociantes e industriais aumentou o tamanho da classe média, os que estavam entre os muitos ricos (a classe alta) e os pobres (a classe trabalhadora).

Finalmente, a industrialização estendeu-se para o continente da Europa, liderada pela Bélgica, seguida de perto pela Alemanha e pela França. Em 1870, a Alemanha rivalizava com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos produziam mais do que toda a Europa. Mas a expansão foi desigual. Quase não houve mudanças na Espanha, e enquanto o norte da Itália se industrializou, o sul continuou pacífico, rural e pobre."


CHAMBERLIN,  E. R. O Cotidiano europeu no Século XIX. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1994, pág. 10-11.

TEXTO II

"O Crescimento das Cidades

Muitas cidades tiveram um crescimento explosivo com a chegada dos que vinham do campo. Em 1800, apenas 22 cidades da Europa tinham mais de 100.000 habitantes e na América não tinham nem isso. Em 1900, a Europa tinha 84 cidades desse tamanho, ou maiores, e a América tinha 53. Pela primeira vez na história havia cidades com 1 milhão de habitantes, ou mais. Londres era a maior (6,5 milhões), seguida por Paris e Berlim.

Algumas cidades antigas, como Lyons, na França, cresceram com o comércio e a indústria, mas havia outras causas também. O crescimento de Chicago foi devido ao fato de ser o centro dos produtos das fazendas - carne, trigo e madeira do oeste dos EUA. Roterdam, o mais movimentado porto de mar da Europa, em 1900 tinha 400.000 habitantes.

Muitas cidades, como Chicago, não existiam antes de 1800. Uma cidade cresceu da noite para a dia. Oklahoma, nos EUA, foi fundada em 22 de abril de 1889; no dia seguinte, 100.000 colonos disputaram uma corrida para garantir a posse da terra.

A terra nas cidades era muito cara. Muitos prédios comerciais tinham de crescer para cima. Em 1891, Nova York já tinha um arranha-céu com estrutura de aço, com 21 andares e luz elétrica.

A Inglaterra era a líder do crescimento das cidades. Em 1851 a população das cidades era maior que a do campo. Na Alemanha, isso aconteceu em 1890, e na América, só em 1920. Nas outras partes da Europa, as cidades cresceram mais lentamente. em 1900, a maioria dos habitantes da Europa vivia ainda no campo, e apenas 40% da população da França e 25% da Escandinávia moravam nas cidades."

CHAMBERLIN,  E. R. O Cotidiano europeu no Século XIX. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1994, pág. 30-31.


TEXTO III

"Crime e os desajustados

As fábricas enriqueceram muitos e empobreceram milhares de outros. A pobreza era mais dolorosa nas cidades. O povo do campo sofria com os maus-tratos dos senhores de terras e com os períodos de escassez de alimentos - numa dessas ocasiões, os camponeses italianos chegaram a comer feno. Mas os camponeses podiam caçar às escondidas, pegar lenha e comer frutas silvestres; os moradores das cidades não podiam. Quando não eram mais necessários, os operários eram demitidos sumariamente. Não havia seguro social para ajudar os desempregados, os sem moradia ou os doentes. Muitas pessoas pensavam que a pobreza era resultado de 'preguiça'. Achavam também que a classe trabalhadora devia ser 'mantida no seu lugar', para evitar que 'se julgassem melhor do que era' e interrompesse o funcionamento disciplinado e constante das fábricas.

Muitos viviam honestamente, embora alguns fizessem coisas humilhantes para ganhar algum dinheiro, como juntar fezes de cachorro para vender aos cortumes. Mas alguns tornavam-se criminosos. Para substituir o exército e os vigilantes noturnos, em 1829, Londres criou a primeira força policial do mundo e foi logo imitada pela Europa. As punições eram severas. Em 1800, a Grã-Bretanha teve mais de duzentas condenações à forca por delitos como roubo em lojas, roubo de pão, queima de medas de milho ou a destruição de uma das novas máquinas numa fábrica - os governos temiam que os trabalhadores se revoltassem contra as novas fábricas."

CHAMBERLIN,  E. R. O Cotidiano europeu no Século XIX. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1994, pág. 35-36.



Desenvolvimento

1º Momento:
O professor deve entregar um cópia dos textos para cada aluno para que leiam em silêncio. O principal objetivo deste exercício é trabalhar com a capacidade que eles têm de correlacionar as informações que estão nos três trechos apresentados. Após isso, o professor deve levar em consideração os aspectos por eles encontrados e o que podemos levar em consideração para analisar a Revolução Industrial. Mesmo que os alunos apresentem dificuldades em expor o que compreenderam, o professor deve criar um espaço de fala para todos, pontuando sempre a necessidade de melhorar e/ou expor a ideias da forma mais clara possível.

Alguns questionamentos essenciais podem ajudá-los a entender melhor a proposta da aula, também facilitará a percepção da compreensão deles por parte do professor. Alguns aspectos que podem ser levados em consideração são:

- Os três textos expõem informações sobre o mesmo assunto?
- Eles se completam ou cada um deles tem informações que não diferentes sobre o mesmo assunto e não se relacionam?
- Lendo somente os títulos dos textos, que tipo de informações nós temos? Como podemos relacioná-las com o conteúdo estudado?


2º Momento
Levando em consideração a idade dos alunos, o nível de escolaridade em que estão e/ou as dificuldades que podem apresentar frente a atividade, o professor deve levar em consideração vários aspectos.

Em primeiro lugar, caso não consigam realizar a correlação entre os textos, o professor deve, então, construir esse caminho junto aos alunos. Verificar o por quê não atingiram o objetivo facilitará na retomada dessas ações, já que assim pode-se trabalhar justamente com a defasagem apresentada. Caso isso não seja verificável, ou o professor ainda não tenha conhecimento do patamar de leitura e interpretação da classe, o processo de leitura deve ser paulatino e gradual. Assim, leia pausadamente e junto dos alunos, sempre retomando os pontos principais de cada excerto. Pode-se também pedir para que grifem esses pontos essenciais. Ao final disso, o qual os trechos foram lidos e suas relações construídas nesse processo, o professor deve correlacionar as informações importantes, as que foram grifadas pelos alunos. Esse exercício mostrará como eles podem trabalhar textos que têm dificuldade em assimilar o conteúdo.

Em segundo lugar, caso a dificuldade de grande parte da sala seja grande, outros aspectos devem ser levados em consideração, mais do que somente a apreensão do conteúdo proposto. Da mesma forma que anteriormente, esses instrumentos de interpretação devem ser construídos junto aos alunos, mas agora com um direcionamento diferente. Auxiliá-los a ler e a entender os textos propostos, disponibilizar os instrumentos possíveis e ensiná-los a usá-los, não só ajudará eles a compreenderem o processo de leitura como também a compreensão do próprio conteúdo proposto em sala.

3º Momento
Por fim, mesmo com as dificuldades que podem aparecer, os alunos devem produzir um pequeno texto que aponte as principais ideias que correlacionam os três excertos apresentados. Este texto, e a própria posta do exercício, devem ser direcionadas pelo professor em sala. Do mesmo modo, se as dificuldades apresentadas para a realização forem grandes, deve-se auxiliá-los a utilizar o instrumental da escrita para atividade em questão.







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